"Se o ensino é superior, a pessoa que o abraça é digna de respeito. Assim sendo, desprezar essa pessoa é o mesmo que desprezar o próprio ensino. Isto é comparável a atitude de censurar uma criança, cujo ato é ao mesmo tempo uma censura aos pais. "
( Nitiren Daishonin )

visitas on line

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

RESENHA MÊS FEVEREIRO “ A MENINA SEM ESTRELA” DE NELSON RODRIGUES





Este por enquanto é meu primeiro livro de fevereiro. Com o tema biografias ou memórias.
Em “A menina sem estrelas” o escritor relembra um mundo todo seu, algo como um déjà vu prostiano,
Perceba a foto da capa. É como se a mão estivesse chamando para dentro das páginas do livro. O rosto tranqüilo, repleto de marcas da vida, das quais Nelson vai nos segredando na forma de conta gotas. Um pingo de instante a instante, no final estamos todos molhados pela ( palavra fugiu).

A primeira imagem corresponde a seguinte edição:


  • Editora: Agir
  • Autor: NELSON RODRIGUES
  • ISBN: 9788522008896
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2009
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 456
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Médio
  •  

Já a segunda imagem corresponde ao livro que li, os dados estão abaixo:

Dados Técnicos ISBN: 8571643547
Ano: 1994
Número de Páginas: 279
Formato: 14 x 21
Editora: Companhia das Letras
Acabamento: Brochura
Idioma: Português


2ª CRONICA
Na reminiscência de sua memória Nelson vai catando as historias pela metade. Nesta segunda crônica ele lembra do seu primeiro contato com o universo através de um caju ou uma pitanga: frutas faceiras de sua região. Em seguida lembra-se de Olinda, mas só uma sombra perpassa esse relato. Depois a morte do arquiduque ( aquele da primeira guerra: O Ferdinando) e do nascimento e morte de seu irmão Joffre. E finalmente a fuga da Europa e a chegada de sua família ao Rio com uma mão na frente e outra segurando na mão dos filhos. 

3ª CRONICA
Quem nunca pensou em matar alguém? Todo mundo na vida já teve essa vontade, às vezes incontida. Essa é a verdade obvia que o escritor trás na terceira crônica. Com a morte de Getulio, alguns disseram: Vou matar Carlos Lacerda. O próprio Nelson também já teve essa vontade  indômita. Sua contra-afeição foi dirigida àquele que lhe “matou a fome”. O poeta Olegário Mariano, por não apoiar, ou melhor votar contra sua peça “Senhora dos afogados”.

CRONICA
Ha, o doce sabor do desconhecido preste a ser revelado!! Já dizia Chesterton – Louco não é quem perdeu a razão, mas quem perdeu tudo, menos a razão – A louca e a Marilyn Moroe são idêmicamente iguas. A nudez das duas as faz terem o mesmo rosto. Ou segundo Nelson Essa relação é de uma nitidez apavorante”. Na verdade a nudez tem que ser dedicado ao ser amado.

CRONICA
A morte de seu irmão  e de toda a sua família gerou em Nelson sentimentos, já guardados de velhos, e amarelados pela falta de uso. Deixou de escrever por meses. Está é mais uma prova de que mesmo da dor, do desespero e da vida banal e decrépita, se tirar ótimas letras. E isso foi exatamente o que ele fez – ressuscitou os mortos de suas lembranças e trouxe-os para as paginas de suas crônicas.


6ª CRONICA
A morte tem diferentes faces. E isso que me vem a cabeça ao ler está crônica aqui. Aqui é narrado como aconteceu o desabamento do prédio no qual morava o irmão de Nelson. Ao lê-la meu coração entristeceu, pensando na dor de perder alguém em um acidente incoerente. O que me lembra a epigrafe de meu blog “A vida é a morte a cada instante.” Nada mais verdadeiro. Por isso nunca adie uma caricia ou palavra de carinho, essa foi  a dura lição que Nelson aprendeu e eu também.

7ª CRONICA
Ao morrer sempre levam um pedaço de nós. Isso é inevitável. Mas porque não podemos continuar a sorrir? Qual é à força do universo que nos diz: Sorrir após a morte de um ente querido é PECADO. Por que nos sentimos tão culpados de estarmos vivos?  E se a vida continua, temos que continuar junto com ela. Senão do que adianta estarmos vivos. Essa é mais uma lição aprendida pelo escritor de Vestido de Noiva.

8ª CRONICA
Ainda a lhe bater na memória a primeira vez que viu uma mulher nua, aos seis anos. Curiosidade de menino. Mas que em um homem vai se formando.   O que lhe foi mais imoralmente fascinante foi a segunda nudez que viu, nada além de uma nesga de carne, só se tornou comoção porque era no carnaval e todos os nus estavam vestidos. Bem. Bem mais vestidos do que hoje. O que fascinara ao escritor foi o umbigo da odalisca.

Essas são as sete  primeiras crônicas das 80 que o livro de volume único possui.
Infelizmente não dá para fazer um apanhado de todas aqui, pois o tempo ruge e o Sambódromo tá em construção, então vou de Sapucaí.
Mas deixo notado que o livro é de excelente safra. Na verdade nunca li nada de Nelson até chegar a universidade. Ainda o estou descobrindo. E está aventura tem sido venturosa.

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi... a imagem do escritor debruçado sobre sua ferramenta de trabalho, apoiando na mão sua  fonte ideológica ( hi divaguei... e muito) 

Eu escolhi este livro porque… além de me ajudar a cumprir a mete de fevereiro, porquer não conhecia sua vida e pouco ainda conheço de sua obra.

 A leitura foi… muito prazerosa e fascinante

O trecho do livro que merece destaque... apesar de parcer morbido, mas me identifiquei com a cronica sobre o desabamneto do predio no qual o irmão e sua familia moravam. Me mostrou mas uma vez que ninguém escapa das agruras da vida. Nem  os famosos e inteligentes.

O trecho do livro que merece destaque... todo ele deve ser lido com carinho
A nota que eu dou para o livro: 4






5 comentários:

  1. O universo de Nelson Rodrigues e' interessante e ao mesmo tempo meio esqisito, pelo menos eu acho. nao sei se escolheria este livro. Me chama atencao mas nao me da' vontade de ler ... Muito boa sua resenha.

    ResponderExcluir
  2. Deve ser fascinante uma biografia de Nelson Rodrigues, ele era uma figura ímpar. Gostei da forma como tu estruturastes a resenha :)
    estrelinhas coloridas...

    ResponderExcluir
  3. Deve ser uma leitura convidativa. Ainda mais sendo de quem é, uma figuraça! Muito boa a dica!

    Bjs

    ResponderExcluir
  4. Ainda não li nada de Nelson Rodrigues.
    A sua resenha nos convida a conhecer um pouco da sua obra.

    Parabéns, Rê

    ResponderExcluir